A mobilização das bases sempre foi o grande trunfo dos partidos que se enquadram na denominada esquerda. O 1º de Maio é o dia em as manifestações ocorrem em todos os lugares do mundo para marcar o dia do trabalhador. Os atos dividem-se entre contrários e favoráveis ao governo.

Porém, quando a esquerda governa sem mobilizar as bases e conciliando com as “elites extrativistas”, o resultado acaba sendo catastrófico. Vamos lá:

No atual governo de Lula há um esforço orquestrado para desmobilizar as iniciativas das bases. No ano passado o MST foi contido em suas manifestações. Também o patético silêncio por parte do governo em relação aos 60 anos do golpe de 1964 foi constrangedor para os militantes dos partidos de esquerda. Nem mesmo a famosa mobilização eleitoral, trunfo principal do PT, está funcionando, fato que faz com que a direita bata os tambores. O 1º de Maio deste ano foi vazio, sem povo e sem as bandeiras das legendas sempre presentes em atos pelas ruas. Enfim, a derrota eleitoral deste ano, cada vez mais provável, valerá como último aviso.

QUEIMOU A LARGADA
Sem público e ilhado, Lula cometeu um “atropelo” contra a Lei Eleitoral nesta quarta-feira, 1 de maio, fazendo pré campanha para um constrangido Guilherme Boulos (PSOL, em São Paulo. Avisado, tardiamente, o governo tratou de apagar as imagens do ato e varreu para baixo do tapete uma possível evidência de apoio antecipado. Porém, a fala do presidente está nas redes sociais. É claro que a oposição e o Ministério Público já estão com um vasto material em mãos para proporem punição. A impressão que se dá é que o presidente perdeu a mão, sua habilidade e junto a confiança das ruas. Se a comunicação do Planalto é falha, Lula precisa se reencontrar e buscar alternativas para retomar o caminho para falar com os brasileiros.